diante
dos estudantes,
desfilam
armas e bombas
entre
confetes-estilhaços
e algemas-serpentinas,
o terror-folia
arranca gritos
em desespero:
COVARDES! FILHOS DA PUTA!
à assistência
social
[política
- policial,
o abre-alas
do bloco
da repressão,
que foi
marchinha
antes
do carnaval:
ABAIXO
CONVÊNIO
PM-USP!
contra reitor,
governador,
e estudante
traidor!
um movimento
de milhares
que apontou
o novo,
o sentido
às direções:
à esquerda,
à juventude,
vamos,
revolucionários,
cobrir os rostos!
vamos!
ser presos!
julgados!
torturados!
vamos ser!
perigosamente jovens!
os mesmos
radicais
que ocuparam,
retomaram
a vida
em edifícios
de universidade.
paga-se
dois mil
a doze
cruspianos
que festejam
em luta
no camarote-camburão.
paga-se
quarenta mil
pela liberdade
dos 73 da usp,
ditos marginais,
com livros
e cartazes.
e paga-se
qualquer coisa,
dizem
as más
línguas de rodas,
para calar
o coro
dos descontentes
e os ecos
do seu passado
militar.
enquanto
a notícia
se espreme
nas redes
entre ganchos
midiáticos,
as fardas
se disfarçam
nas fantasias
sociais
que cobrirão
os foliões
da história
em mais um enredo
repetido,
como uma quarta-feira
de cinzas.
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