24.1.14

a explosão

ontem ouvimos uma explosão.
podia ser um tiro, uma bomba, uma obra,
alguém que morre, alguém que trabalha.
não muito longe daqui, onde o povo não dorme,
a coragem é um instinto profundo de sobrevivência
e incendeia décadas de derrotas e miséria.
os presídios, as cidades, a vida de gado
- as notícias me dão calafrios e afogam meus olhos
de raiva.

5.1.14

a natureza do momento oportuno

da pura beleza, voltei abastecida
pra manutenção da poesia,
que, apesar de tamanha destruição
(essa da produção capitalista),
por tanto lugar, ainda reina!

como é vivo o rio,
viva a mata atlântica
e vivo o mar! 
as cachoeiras, 
até as pedras... 
como ganham vida 
na boca de uma caverna!

há tanto o que desfrutar,
descobrir e fazer na História,
se olhar pro mundo inteiro,
com as ciências da Geografia,
Biologia, Física, Filosofia...

não resisto em pensar
numa natureza ofensiva:


que os oceanos, neste verão,

banhem-nos de sua força infinita
para que, gigantes e absolutos,
tomemos as ruas.

e que os rios também sejamos,
para a coragem de atravessar
rochas, vales, montanhas...
para abrir caminho e avançar.

cada partícula da liberdade,
da terra e do que nos alimenta,
tudo o que nos pertence

- o futuro, 
este novo ano,

pode ser nosso.

dois mil e catorze expropriemos!