24.8.11

memória literária


24 de agosto de 1899, Buenos Aires: nascimento de Jorge Luis Borges.

---

1964

I
Ya no es mágico el mundo. Te han dejado.
Ya no compartirás la clara luna
Ni los lentos jardines.
Ya no hay una Luna que no sea espejo del pasado,
Cristal de soledad, sol de agonías.
Adiós las mutuas manos y las cienes
Que acercaba el amor. Hoy solo tienes
La fiel memoria y los desiertos días.
Nadie pierde (repites vanamente)
Sino lo que no tiene y no ha tenido
Nunca, pero no basta ser valiente
Para aprender el arte del olvido.
Un símbolo, una rosa, te desgarra
y te puede matar una guitarra.


II
Ya no seré feliz. Tal vez no importa.
Hay tantas otras cosas en el mundo;
Un instante cualquiera es más profundo
Y diverso que el mar. La vida es corta
Y aunque las horas son tan largas, una
Oscura maravilla nos acecha, la muerte,
ese otro mar, esa otra flecha
Que nos libra del sol y de la luna
Y del amor. La dicha que me diste
Y me quitaste debe ser borrada;
Lo que era todo tiene que ser nada.
Sólo me queda el goce de estar triste,
Esa vana costumbre que me inclina
Al sur, a cierta puerta, a cierta esquina





12.8.11

amor velado
















falsa sexta-feira 13
na escuridão sinistra
da minha manhã
cinza brilhante
envolvido nas nuvens
ressaca sentimental
4h53 até o fim da madrugada
quantos estão morrendo agora?
raiva vampírica

desejei infinito aquele luar
vagar em silêncio
o perigo enjoar o estômago
o gosto de ferro gelar
o juízo corrompido

escrúpulos são muros
somos assassinos por natureza

eis a dor de um corpo em outro corpo
a transferência da morte
pra qualquer um
hoje é 12 de agosto
é inesquecível
pra qualquer um
desenterrar e enterrar

com o pesar destes dias
tristes, insossos

brindo o sangue de hoje
num adeus aprisionado
grito num choro de desespero
mato para viver
a solidão de não acreditar

no amor
em nada
em ninguém

1.8.11

para a minha menina




oh, honey, não se assuste de novo
é só a mesma escuridão passageira
você só precisa ficar calma
e sentir meu carinho por você
eu também só tenho você
e isso vai ser sempre o bastante
minhas mãos vão limpar
o que cair pelo seu rosto
enquanto você me escreve e me conta
sobre o que você fez hoje
sobre como você se sente
nós podemos sair e comer alguma coisa
vamos ao parque amanhã cedo
pra você lembrar que há vida
e ver que há outros e outras
não precisa se proteger de mim
eu compreendo cada impulso
que parte do seu coração
você precisa saber  que eu vou estar aqui pro resto da vida
pra te proteger
da sua tristeza e da sua alegria
quando a sua cabeça desabar bêbada ou cansada
eu vou apoiá-la
o suficiente pra você não se machucar
essa dor vai passar
e vão vir outras
você é tão frágil
quando você vive
está chovendo no seu olho?
agora a sua doçura vai derreter
e depois a minha menina delicada vai embora
mas eu vou continuar aqui
agora você sabe
que somos só eu e você