29.9.09

conhecidos sem rosto

Sempre me pergunto como são as pessoas com quem eu falo todos os dias, e que nem conheço o rosto. Mas é inevitável formar a imagem desses "estranhos" na minha cabeça. O dr. Paulo, por exemplo, deve ser gordinho. Pelo jeito que ele fala "Oi Brunniiinha", já vejo um senhor, com idade pra ser meu pai, de aparência carismática - em um ano que eu já o "conheço", ele sempre foi simpático e atencioso. Aliás, tenho certeza que ele também já me imagina de algum jeito.

Outros não se soltam muito, aí fica difícil de tentar desvendar a aparência. O Gustavo, um jornalista que me escreve pelo menos uma vez por dia pedindo pra marcar entrevistas, é um desses. Deve fazer já uns dois meses que a gente "se fala", mas nossa conversa é tão travada e formal. Antinatural. Enfim, também fico imaginando como são os traços dele. Ele deve ser bonito.

De algumas pessoas eu já tenho uma ideia tão bem formada que dá até medo de encontrá-las e me decepcionar. Outro dia mesmo descobri que a Andreza (super gente boa) anda de moto! Pensei "Como assim anda de moto? Ela não tem 'cara' de quem anda de moto!". [rs]

Acho que a entonação, as palavras que cada um usa, o ritmo da linguagem, sotaque...até o próprio nome! carregam muito da personalidade e, a partir disso, a projeção da sua (suposta) forma física acontece naturalmente. [ou seria só meu excesso de curiosidade levando a imaginação pra longe demais?] De qualquer forma, nunca vou encontrar esses personagens do meu dia-a-dia, porque tem telefone e internet pra resolver o que precisamos. A distância "encurtada" pelos telefonemas e e-mails diários nos afasta. Só conheço vozes.

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