25.11.09

bem, ainda

Acordo cedo, antes do horário, pra sobrar tempo, pra não dizer que a culpa foi minha e dos meus irresponsáveis atrasos. Tão cedo que sobram dezenas de minutinhos chatos pra eu lembrar que posso estar ansiosa. Aí eu lembro, pela primeira vez hoje, que tudo pode dar errado. Mas tudo vai caminhando tão naturalmente que parece mesmo fácil e, portanto, possível pra minha capacidadezinha. Mas com a mesma facilidade caminha até mim o resultado. Antes mesmo que eu termine de fazer meus planos, a notícia (mais esperada desse dia) chega ao contrário, distorcida, fazendo eco.

INFORMO QUE, INFELIZMENTE
INFELIZMENTE
INFELIZMENTE,...

Primeiro me pergunto o que fiz de errado e, já sem paciência com meus erros, respondo na mesma fração de segundo: Nasceu, sua infeliz! Em segundo lugar, aquelas desculpas que a gente sempre usa pro consolo - as desvantagens daquilo que você queria, mas não conseguiu. A grana era menor! (...) É, acho que só. Nada mais do novo seria pior do que o atual.

Mas sem chiliques. É preciso voltar à lista de miltrocentasequinhentasmilhões de coisas que ficaram pela metade. Olho pro meu texto e me escapa todo o vocabulário. Passo pro arquivo de áudio e não encontro uma gota de criatividade pra fazer algo que eu goste.

concentra! concentra! concentra!

- Você precisa escolher a cortina do seu quarto novo, Bubu!
- Hoje não dá.

Vou.
Uma hora depois...

- Não sei o que eu quero, vou deixar pra outro dia.
- Não, tem que ser hoje. Você não consegue escolher uma cor, Brunna?
- Não. Não consigo.

[nem escolher a cor da cortina pro meu quarto]

O meio da tarde já chegou e NADA feito.
15h30 ...
16h ...
16h37 ...
17h ... GAME OVER - hora de sair. O trânsito aguarda meu stress ansiosamente. Óbvio que a chuva viria pra comprovar a Lei de Murphy. Mas tudo bem, não posso usar os fenômenos naturais como desculpa pras minhas falhas, como fazem os políticos. Aliás, pensar neles só estraga ainda mais meu dia. Neles e no meu chefe, que a essa hora deve tá xingando até a 1ª geração da minha família, por causa de uma falta - a primeira desde os quae 16 meses (sofridos) que eu trabalho pra ele.

Minha cabeça não pára e... MEU DEUS, ESQUECI!!! Esqueci de estudar. Odeio prova. Leio, troco a marcha. Leio, olho no retrovisor. Vou bater o carro. Só falta isso. Já sei do risco de fazer tudo (e nada) ao mesmo tempo. Uma hora alguma coisa dá pane. Mesmo assim, continuo.

Atrasada, só pra variar meus hábitos. O que dá tempo de fazer dentro da minha falta de planejamento, eu faço. E... 19h30. - pra sala. Só enrolação. Demora, mas, enfim, me entregam a bendita avaliação. Difícil.

BURRA! BURRA! BURRA!

Acabo. Mal.

Hora de passar nas salas, hora de, mais uma vez hoje, dar essa carinha pra bater. E apanho. Mas pelo menos nessa eu não tô sozinha.

Preciso ir pra casa logo ou meu mau humor vai matar alguém. Quem sabe não escrevo alguma coisa, ã?

Taí mais uma coisa que eu não consegui fazer direito. Quem sabe até o fim da vida ainda descubro minha vocação.


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Ainda bem que existem lágrimas e soluços. Ou a raiva pela minha incapacidade explodiria me divindo em mil pedaços podres. Ainda bem que existe água pra renovar a minha alma. Ainda bem que eu tenho essa página em branco pra aguentar meus desabafos, por mais infantis que eles possam parecer. Ainda bem que inventaram a música.

...ainda bem que eu tenho o abraço dele pra poder querer chegar ao dia seguinte

- e poder tê-lo novamente.

ainda [estou] bem

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