21.9.11

(es)vazio

hoje faltou alegria
fiquei muda
me mordeu qualquer bicho
algum troço esquisito
me deu paralisia

a solidão não foi companhia
- até ela se foi
levou meu ar e meus pulmões
esqueceu um tanto de lágrimas
- esquizofrênicas
e as veias sem vi(d)as

virei a alma do avesso
e, ainda assim, não me vi
gravei a minha voz
pra depois ouvir
não reconheci

a escrita fez rima
- infantil
fingiu ser minha
e se tornou
nada vezes poesia
que dá em nada

atrás da porta
meros rabiscos meus
significados seus
no entardecer
o grafite é invisível

como a saudade
como o que sinto
como o que não existe

nesta tarde, sem apetite.

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