28 quando fomos
dois infinitos.
28 quando fui
dividida em antes
e depois.
dois aniversários,
à solidão, comemoro.
em março, em dezembro,
fecho os olhos e assopro
- fogo aceso.
atravessando as estações
na minha terra, cultivo
traumas.
e os renego.
a cada inverno,
nua volto
ao útero.
à celebração
do que vive,
à celebração
do que morre,
brindo uma taça
de lágrimas com riso
imaturo.
ao rito que me iniciou, 28!
símbolo-sim,
símbolo-não.
a vida girando
em 28 voltas
em torno do sol.