tenho algo a dizer que está mudo,
algo a fazer, mas que está preso.
por isso, sinto
que nada em mim
vive
- o movimento que dá sentido
aos meus sentidos não tem estímulo.
escrevo para dar o tranco
empurrando meia dúzia de versos,
e em verso chego a pensar
que ainda vivo.
mas os dias são pequenos
demais para a poesia
- não nos resta tempo
nem saúde.
e, além do mais, nestas linhas
privadas, ainda não digo
nem faço
História
- ainda não alcanço
o que me cala, ainda
não me liberto.