um ser cansado e sem sono,
estou morto,
sugado produto
da pervertida rotina
sem raciocínio
noturno, diurno ou vespertino.
vida privada
de sonhos e de descanso.
não há paz, não durmo.
enxaqueca relógio
de ponto,
tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic,
ovelhas contadas
aos montes,
as catracas
da manhã e do atraso,
indisposto disciplinado
o (não-) futuro.
não fosse medíocre
o trabalho
- essa jornada de toneladas,
os homens teriam
prazeres
em versos e valores de uso.
mas cortados
em máquinas
seguimos contidos
a vácuo,
paridos a deus-dará,
o vil vazio desse tempo.
ó, bárbaro beijo,
razão em sufoco,
revolva este mórbido ciclo!
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